Saímos da nossa zona de conforto com o objetivo de conhecer outros lugares, cultura ou idioma, mas quando chegamos a nosso destino final descobrimos que fomos levados até ali para conhecer o nosso Eu. Estar em um lugar ou país onde ninguém te conhece e descobrir que em muitos aspectos nem você se conhecia, as vezes se torna assustador. É estranho perceber que conhecemos muitas coisas, mas não nos conhecemos. Explorar nossas emoções, dosar nossos sentimentos, dar valor ao que nunca tínhamos nos atentado, conviver com uma saudade que insiste em nos trazer a memória todas as pessoas que amamos, é um desafio diário. Descobrimos que a saudade se torna um sentimento onde podemos resumir os outros. Até mesmo porque só a sinto se eu amava ou amo, gostava ou gosto ou me interessava por algo que ficou ou simplesmente deixei para trás.
Sempre achamos que conforme a regra, doutrina e todos os princípios, nossa família deve sempre nos amar, e por muitas vezes não damos valor a esse sentimento, mas quando estamos longe, distantes do nosso meio familiar sentimos e temos a real certeza do valor desse amor. Não existe e nunca terá em nenhum lugar do mundo alguém que nos ame mais do que eles. Descobrimos que amigos são bens preciosos, adquiridos conforme o tempo que dedicamos a cada um deles e quando estamos longe esse tempo é devolvido com demonstrações de carinho, palavras de conforto e a notoriedade de uma saudade recíproca.
Por muitas vezes defrontar-se com a solidão e perceber que ela é a única companhia, faz com que deixemos de ouvir a voz dos outros e passemos a perceber com mais sensibilidade a presença do Espirito Santo nos consolando e falando ao nosso coração, lá no intimo, no mais profundo da nossa alma. Então, ele começa a trabalhar nosso caráter, maneira de pensar, forma de olhar o mundo e vai alicerçando nossa fé, até mesmo quando não nos basta somente crer. E assim, começamos a crer que existem amigos mais chegados que um irmão, crer que podemos fazer a diferença na vida de alguém, crer que Deus nos ama incondicionalmente e independente de onde quer que estejamos.
Cíntia Barros.