Chega uma hora
que o que mais queremos é não sermos reféns dos modos de como devemos nos
relacionar que a sociedade impõe. As redes sociais foram chegando e chegando e
agora estamos todos presos nessas redes que cada vez mais nos isola defronte a
um celular ou computador.
Tudo tem que
ser registrado, publicado... e o que mais importa são as curtidas, os
comentários. As pessoas que estavam ali, o momento magico que foi aquele da
foto já não tem mais importância do que as caras e bocas que serão comentadas
em fração de segundos.
Parece até que
a felicidade que é de dentro para fora, só precisa ser apresentada superficialmente em fotos sorridentes e frases que em nada relatam o que
realmente o coração sente. Amores e relacionamentos efêmeros que antes mesmo
dos familiares saberem que está sendo iniciado, o status nas redes sociais já
deve está atualizado e acompanhado de textos que até parecem ser de amor
profundo, mas não passam de paixões efêmeras que não suportam a um comentário
de parabéns de uma ou um ex-namorado(a).
A vida parece
que corre em um ritmo mais acelerado. O
dia continua tendo 24h, mesma quantidade de horas que tínhamos quando não
existia internet, celulares..., e ainda sim, visitávamos mais os amigos, íamos
com mais frequência à praia, liamos mais livros, brindávamos todos os dias a
vida sem a necessidade de tirar fotos e
mostrar para todos.
Relacionar-se
virtualmente é bom, é ótimo, mas precisamos entender que isso não é regra para
aproximação de gente, pessoas. Gente gosta de abraço, toque, cheiro, beijo,
gosta de gente. É simples. Por mais que alguns nerds não concordem, e achem que
se limitar a maquinas já aproxima até demais, afirmo que o olhar face to face,
cara a cara tem muito mais valor que facebook to facebook.
Não existe uma pessoa nessa terra que tenha
nascido de uma maquina, nasceu de gente, foi gente mesmo. Por isso existe a
necessidade primordial de nos relacionarmos pessoalmente. Nunca, jamais uma frase de “um forte abraço”
vai substituir aquele abraço caloroso que é dado com o contato físico.
Contudo, esse
não é só mais um texto com palavras combinadas que poderá ajudar aqueles que estão
lendo, claro que não. Resolvi escrever, porque sou tão vítima quanto você.
Reconheço que as redes sociais me ajudam a continuar com laços de amizades que
devido à distância, tempo e dinheiro me limito a apenas trocar mensagens e
enviar fotos para mostrar que estou bem. Confesso que gosto de trocar
mensagens, receber curtidas, comentários, ajudar e ser ajudada virtualmente.
O que me
incomoda é como as coisas estão caminhando, como as pessoas que não tem conta
em uma das redes sociais são isoladas e quase que excluídas de todo e qualquer
interação, convivências que são combinadas apenas virtualmente, me incomodo de como
o isolamento cresce na medida em que aumentamos o número de amigos em nosso
circulo de amizade, o que na verdade deveria ser o contrário.
Acredito que
quase todos se não todos já se sentiram só, mesmo quando todos os amigos estão
online. Pois é, o pior tipo de solidão é aquela que experimentamos em meio à
multidão. Mas você pode até pensar assim: esse tipo de solidão pode ser sentida quando estamos com todos os amigos do lado. Sim, também sei disso, mas quando
nos sentimos só com pessoas do lado, aqueles que percebem podem tentar lhe
ajudar ali, sem que você consiga maquiar tal sentimento. Online é bem mais difícil de perceber,
porque posso digitar muitos “rsrsrsrsrsrs” e dizer que estou sorrindo, quando
na verdade não movimentei sequer um músculo do rosto para expressar a
gargalhada digitada.
Estaria sendo
mentirosa se aqui escrever que vou excluir meus contatos sociais e sair
visitando a casa de todos os meus amigos, infelizmente as redes sociais é um
mal necessário, mas também é um bem agregador de facilidades para a manutenção dos
relacionamentos com amigos e familiares, é networking para a vida profissional
e um meio pelo qual também podemos conhecer mais o comportamento das pessoas,
suas necessidades e anseios.
Espero que
assim como eu parei para refletir um pouco acerca do assunto, você também
reflita e que nós consigamos aproveitar o que a globalização nos oferece, mas
que seja de forma sadia, sem vícios, isolamento e acima de tudo, que
isso nunca nos afaste da presença de Deus, da busca pelo Senhor. Ele não tem
redes sociais, mas deseja todos os dias trocar mensagens conosco, partilhar
alegrias e curtir conosco todas as bênçãos que ele tem para a sua e para minha
vida.
Cintia Barros